terça-feira, 10 de abril de 2012

Introdução

Bem vindos ao meu blog. Desculpem-me se não escrevo bem. Essa é uma das justificativas da existência deste espaço, incentivar a prática da escrita e criação. Adianto que não sou formada na área de literatura, línguas, comunicação e afins, essa consciência de que precisava treinar este lado surgiu após a constatação de que eu estava demorando muito na elaboração de alguns textos simples. A qualidade destes não estava aceitável em comparação ao que costumo ler. Notei que estava lendo mais do que escrevendo, ouvindo mais do que falando, tendo mais aulas do que tentando ensinar. Penso agora tentar ser menos egoísta neste sentido de apenas absorver o conteúdo, forçar mais o poder da criação ao valorizar os verbos da contrapartida.
Para começar, tenho que distinguir alguém que possui notado saber daquele considerado inteligente. Este é a pessoa que consegue ser mais eficiente na utilização de informações disponíveis para a resolução de problemas ou desenvolvimento de novos conhecimentos. Ninguém quer ser uma simples esponja, animal primitivo, filo Porífero. Na era da disponibilidade de informação e do pouco uso dela, o Google já faz o papel para nós do indivíduo culto. Essa é uma posição arriscada dado que o Google não é Deus, como alguns podem pensar. É um site que muitas vezes não encontramos uma abordagem mais profunda ou um tema mais específico, reflexo do que as pessoas estão interessadas em publicar na rede. São inúmeros links que repetem as mesmas informações, num lixo virtual sem fim. A internet no geral é como o Rio de Janeiro, tem “do melhor e do pior do Brasil”.
Mesmo que não escolhemos o Google como a única fonte de informação e saibamos selecionar razoavelmente bem os meios mais convencionais, não devemos também partir para o outro extremo, deixar de absorver informações para apenas valorizar o raciocínio. O acúmulo de alguns conhecimentos é a base para fazer formulações próprias e novas.  Essas são as nossas premissas, aquilo que nós consideramos como verdade para chegar às nossas conclusões. Por exemplo, ao estudar história, se tomarmos a atitude de não decorar nada e valorizar apenas o entendimento, sem se preocupar com nenhuma data ou período histórico, posso não me localizar cronologicamente a ponto de não conseguir relacionar os fatos em diferentes contextos. Uma noção de algumas datas já nos ajudaria nesse sentido até em uma visão menos progressista da história. Imagine o degrau de uma escada, sem este não estaríamos no degrau adiante e assim vai. A sabedoria popular da frase “não vamos reinventar a roda” se sobrepõe ao discurso de Descartes em um mundo onde a informação é livre. Desculpe pelo excesso de analogias, já disse que não escrevo bem.
Em falar em decorar, percebe-se que existem muitas técnicas de memorização. A maioria delas se baseia no fato de que o nosso cérebro funciona por associação. Todas as  informações devem fazer parte de um contexto desenvolvido por você ao longo da vida. Uma forma de desenvolver isto naturalmente é a curiosidade, se fazer perguntas e tentar resolver os problemas por conta própria antes de perguntar e procurar pelas soluções. Se você já refletiu sobre um problema antes de alguém ter tentado te ensinar, mesmo não chegando à solução, provavelmente você se sairá melhor no aprendizado quando efetivamente alguém te ensinar porque parte da construção da resolução do problema já foi feito em sua mente. Isto fica claro quando te passam um problema de lógica, você não resolve e não agüenta de curiosidade para saber a resposta. Passa-se um tempo, talvez alguns anos, o mesmo desafio é proposto a você. Em muitos casos, você pode não se lembrar da resposta, ficará com aquela impressão de ponta da língua.  Isso porque você nunca o resolveu. Agora pense num exemplo diferente, você assiste uma apresentação de mágica que te deixa impressionado, você provavelmente já teve a curiosidade de saber como ela foi feita. O que eu noto é uma enorme decepção injusta quando o truque é revelado, principalmente em crianças. O descontentamento é apenas mais uma ilusão já que você não foi capaz de descobrir o truque e nem mesmo pensou em algo melhor para enganar o cérebro do outro indivíduo igual a você.
Pela mesma razão, as introduções são tão inúteis, pois além de criar expectativas a toa, nunca substituirão as leituras completas, ou todo um semestre de aulas, a passagem por toda aquela cadeia do pensar. São inúteis também para informar a importância de adquirir aquele conhecimento proposto no livro. Percorrer o caminho mais difícil de colocar a cabeça para funcionar pode ser mais demorado no início mas te levará com certeza a uma arrancada final que valerá mais a pena. Escrever, ensinar e falar te fazem ter uma leitura, uma aula ou um ouvido mais atendo à medida que nos ajudam a manter um diálogo em nossa mente, um raciocínio próprio que faz valorizar mais e decodificar melhor a informação, que é muito mais do que aparentemente está ali.
“- What is Jazz, Mr. Armstrong?
- My dear lady, as long as you have to ask that question, you will never know it”